Imagem de Culpa da falência do BESA vai morrer solteira

Culpa da falência do BESA vai morrer solteira

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Culpa da falência do BESA vai morrer solteira

Numa altura em que, em Portugal, decorre o julgamento do caso BES (Banco Espírito Santo), em Angola o Banco Económico divulgou os resultados de 2022 e 2023. Há dois anos que o Económico não divulgava contas.

O Económico é o sucessor do Banco Espírito Santo Angola, o BESA. BESA que desempenhou um papel de destaque na falência do Banco Espírito Santo. O BESA era controlado pelo BES, de quem recebeu um empréstimo de 3 mil milhões de euros, empréstimo esse que não foi pago e acabou por ser diluído no âmbito da operação de absorção de prejuízos acumulados.

Portanto, há aqui uma ligação entre o Económico e o caso BES.

O Económico revelou um buraco de 628 mil milhões. Estamos a falar de mais ou menos 628 milhões de euros.

Esse buraco significa que se o Económico vendesse todos os seus activos não tinha dinheiro para pagar todas as suas dívidas, em particular aos depositantes, ficaria um buraco de 628 mil milhões de kwanzas ou 628 milhões de euros.

Mas não é sobre as contas do Económico que eu quero falar. Eu trago este assunto à colação porque em Angola a falência do BESA não teve consequências, não há arguidos, não há inquéritos parlamentares, não há rigorosamente sobre o caso BESA.

Em Portugal, embora tardiamente, a verdade é que, ao fim de 10 anos, alguém está a ser julgado, eventualmente alguém vai pagar por isso, apesar das prescrições de alguns crimes, etc. E é exatamente essa diferença que eu quero destacar.

A falência do BESA não provocou coisa nenhuma até ao momento. Não há um inquérito parlamentar, não há um arguido constituído. E sabemos que há muita gente do sistema da elite, da nomenclatura, envolvida na falência do BESA.

Aliás, aconteceu uma coisa parecida com Manuel Vicente, o antigo vice -presidente de Angola, que estava para ser julgado em Portugal por corrupção activa, mas o processo foi enviado para Angola. Em Portugal houve julgamento e condenação de um juiz supostamente corrompido por Manuel Vicente mas em Angola não se passou nada.

Algo vai mal na justiça angolana.