O ano letivo 25/26 ainda foi aberto oficialmente na Guiné-Bissau, isto quer dizer que as aulas não se iniciaram em quase todo o território nacional, embora as escolas privadas, nomeadamente o Ensino e fundamental já se deram início. Esta é uma realidade habitual na Guiné-Bissau o que acaba sempre por aprofundar a desigualdade escolar, atraso no processo de ensino e aprendizagem, condicionando assim outros indicadores sócio educativo.
Esta situação que acabei de descrever está inserida dentro de um conjunto de temas e assuntos que têm a ver com a eleição. No sentido de que, as eleições poderiam servir, durante os debates e as discussões, de um momento para se conhecer os pensamentos, propostas e visões dos candidatos sobre a governação, sobre a questão ou problemática da educação neste caso específico. Para as Legislativas, por exemplo, o debate poderia se focar no aspeto educativo, onde os indicadores são desencorajadores a nível nacional. Por exemplo: cerca de 27% das crianças com idade escolar não frequentam a escolas, mais de 50% da população não sabe ler e muito menos escrever. Portanto, é esta realidade e assunto que deveria condicionar o debate eleitoral. Não temas desviantes e demagogos, como etnia e religião.
A realidade educativa guineense não tem condições por si para catapultar o país a um desenvolvimento mínimo.
O mais torturante, é que, basta prestarmos atenção nestes eventos políticos da pré-campanha. O debate já começou muito pobre, sem conteúdo, sem preparação, não há, não existe, grosso modo, prenúncio de uma discussão técnica sobre Finanças Públicas, Transporte, Saúde, etc. Pelo contrário, há mais discurso de ódio, caraterizado pelo pertencimento identitário.
Em resumo, o debate eleitoral será pobre, vai se dizer o mais do mesmo, talvez desta, em mais alta voz. Enquanto isso, a educação terá de esperar.