Esta é a 3ª vez que o país realizará, após as primeiras eleições de 1994, que foi a primeira eleição geral organizada pelo país, pondo assim fim ao regime de partido único, cuja a então constituição, no seu artigo 4º consagrava ao PAIGC enquanto o único e legitimo representante dos povos da Guiné-Bissau.
Os candidatos já iniciaram o processo da entrega das candidaturas no Supremo Tribunal, nomeadamente, os candidatos USE e DSP. Uma eleição na qual se deposita muitas expectavas, alias, como sempre, povo demonstra ter esperança, mesmo quando não há evidencias para tal.
Mais uma vez, vai-se as eleições num contexto de muita tensão política, na verdade, como tenho habito em dizer- o imprevisível vai se prevalecer como a nossa única certeza. Esta é a realidade política duma sociedade que hoje celebra os seus 52 anos da existência enquanto Estado.
52 anos da instabilidade permanente, da pobreza, injustiça, da ignorância impingida ao povo, de falta de infraestrutura, duma economia insignificante, 52 anos, longe dos ideais que um dia fundou o estado, longe da Guiné-Bissau sonhada por Amílcar Cabral e seus companheiros.
O que espera e aguarda os guineenses, ninguém sabe. Mas os guineenses, estes, como sempre, têm uma reserva e uma gosta de esperança. Mesmo quando os tempos e contextos são desafiantes. O que se pode esperar destas eleições gerais? O que se pode aguardar da atitude e comportamento dos candidatos? Haverá debate sobre reais problemas?
Haverá um debate que colocará no centro a preocupação e principal problema do povo?
O que caraterizará estas eleições gerais?