Urge instituir um novo sistema de saúde em São Tomé e Príncipe

Urge instituir um novo sistema de saúde em São Tomé e Príncipe

Urge instituir um novo sistema de saúde em São Tomé e Príncipe

Urge instituir um novo sistema de saúde em São Tomé e Príncipe

 

São Tomé e Príncipe vive um dos períodos mais difíceis da sua existência, afirmou o Presidente da República, Carlos Vila Nova, durante o seu discurso por ocasião das celebrações dos 49 anos da nossa independência, no dia 12 de Julho de 2024, na cidade de Santo António, na Região Autónoma do Príncipe.

Ora, dentre as várias fragilidades e problemas que, infelizmente, continuam a impedir o povo são-tomense de ser efetivamente independente em termos socioeconómicos, destaca-se ainda a própria franqueza do Estado em conseguir realizar as principais tarefas atribuídas pela Constituição da República.

Infelizmente, é particularmente no sector da saúde que os sucessivos governos têm sido incapazes de apresentar uma solução/resposta que efetivamente cumpra a nossa constituição, e garanta o acesso a um serviço nacional de saúde condigno aos cidadãos são-tomenses. Um serviço nacional de saúde que não deixe ninguém para trás.

E se é verdade que quem governa deve saber gerir com mestria os recursos disponíveis para fazer face às diversas exigências da comunidade, também deve ser ponto assente de que a decisão de se investir na saúde deveria, em tese, ser encarada como uma inevitabilidade. Um pacto a favor da comunidade, capaz de promover um amplo consenso entre os atores políticos, órgãos de soberania e decisores administrativos, no sentido de todos juntos, de uma vez por todas, tomarmos em conjunto uma decisão responsável, séria e firme que permita dotar o nosso país de uma unidade hospitalar que, de facto, responda aos desafios dos tempos atuais, e que tenha a capacidade de, em tempo útil, salvar vidas, reduzir as evacuações para o estrangeiro e, ao mesmo tempo, que transmita segurança a quem nos visite ou escolha STP para viver.

A morte é uma certeza e uma inevitabilidade; disso não temos qualquer dúvida. Os recursos públicos são escassos, porém, infelizmente, e com muita pena e tristeza, já são inúmeros os casos de pacientes internados ou seguidos no único hospital do nosso país, o hospital Dr. Aires de Menezes, que acabam por falecer em circunstâncias estranhas,

duvidosas e que denotam um sem-números de carências que, infelizmente, só confirmam a ineficácia do sistema de saúde em STP.

Da má gestão dos recursos hospitalares à fraca capacidade de meios técnicos e especializados, sem esquecer, naturalmente, do número insuficiente de profissionais de saúde especializados, urge o Estado são-tomense cumprir a Constituição através de políticas governamentais que de facto tenha a saúde no centro das prioridades e de afetação dos poucos recursos públicos disponíveis.

Urge investir na capacidade de diagnóstico das patologias clínicas habitualmente presentes no nosso país, instituindo ainda uma cultura de educação para prevenção das mais variadas doenças do novo mundo moderno, porque as pessoas, todas elas, devem estar em primeiro lugar.