Os profissionais de saúde de Cabo Verde ameaçam entrar em greve a partir da próxima quarta-feira por um período de três dias… O coletivo de sindicatos que representam as várias classes profissionais acusam o ministério da Saúde de incumprimento do acordo assinado em novembro de 2023.

É uma corrida contra o tempo… o ministério da Saúde tem até terça-feira à noite para chegar a um novo entendimento com os profissionais de saúde… um compromisso para evitar uma greve nacional, cujo arranque está previsto, precisamente, para dia em que decorre o debate do estado da Nação…

Decorridos quase 10 meses sobre a assinatura do acordo entre o Governo e os profissionais da saúde, o coletivo de sindicatos reafirma a sua intenção de paralisar o serviço nacional de saúde, uma vez que o Governo não já está a satisfazer as reivindicações dos trabalhadores… é o que avança Luís Fortes, presidente do sindicato da Administração Pública e porta-voz da frente Sindical.

Em meados de novembro do ano passado a assinatura de um memorando de entendimento entre o ministério da Saúde deitou por terra um pré-aviso para uma greve de 72 horas… Na base do entendimento, conforme explicou na altura, o presidente do SINTAP, Luís Fortes, esteve a disponibilidade do Ministério da Saúde em resolver todas as pendências até meados de 2024:

Mais otimista se mostrava a ministra da Saúde. Segundo Filomena Gonçalves o diálogo falou mais alto.

Para dissipar eventuais dúvidas sobre o engajamento do Governo na procura de soluções para os problemas que os profissionais de saúde enfrentam, em janeiro deste ano, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva procurou ser ainda mais assertivo.

O namoro durou pouco tempo, em maio deste ano, o representante do coletivo de sindicatos dos profissionais de saúde anunciava mais um pré-aviso de greve… apesar de reconhecer ligeiros avanços na implementação do acordo assinado em novembro de 2023, Luís Fortes diz que o  essencial das revindicações estava ainda por resolver

A reação da ministra da Saúde, Filomena Gonçalves não tardou.

A ministra da Saúde reafirma que o Governo está a seguir calendário estabelecido em novembro do ano passado, e que não vê, para já,  motivos para a greve… até porque, diz Filomena Gonçalves, o objetivo é melhorar as carreiras e as condições de trabalho  de todos os colaboradores do Sistema Nacional de Saúde e não apenas aqueles que estão a ser representados pelos sindicatos.

Carlos Santos – correspondente RDP África na Praia