Cerca de 200 crianças com patologias neurológicas diversas já foram avaliadas no âmbito da 18ª missão das jornadas de neuro-pediatria do Hospital Agostinho Neto, uma iniciativa inserida na cooperação entre Cabo Verde e Portugal.
Para além das consultas, a missão inclui ações de formação dirigidas a profissionais de saúde cabo-verdianos.
A equipa é composta por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa. Uma parceria para continuar, até porque, segundo a diretora do Serviço de Neurologia do Hospital Central da Praia, Albertina Lima, ainda há um déficit de recursos nesta área.
“O número de técnicos disponível, eu posso dizer em termos, por exemplo, da neurologia neste momento no hospital. Somos quatro neurologistas, temos um fonodiólogo, dois psicólogos, ou seja, é um número bastante reduzido para atender tantas crianças”.
Do lado português, a neuropediatra Ana Isabel Dias elogia os avanços da cooperação iniciada em 2011, mas reconhece que ainda há um caminho por fazer.
“Os pais das crianças com necessidades especiais são cada vez mais exigentes e nos cuidados de que têm direito e beneficiam e temos ainda um longo caminho a percorrer, nomeadamente dos técnicos que faltam para o sistema de saúde de psicólogos, fisioterapeutas, fonodiólogos, psicólogos”.
Durante esta 18ª missão foram realizadas consultas especializadas em epilepsia, paralisia cerebral, doenças neuromusculares, distúrbios do desenvolvimento e perturbações comportamentais como o autismo e o déficit de atenção.
Carlos Santos – Jornalista RDP-África
Reprodutor de áudio