Há, em Maputo, um local tradicionalmente procurado por muitos noivos para a sessão fotográfica. Todos os sábados é a mesma romaria ao jardim Tunduru com mais de 100 anos e que foi reabilitado em 2015.
Acabam de passar pelo arco de alvenaria em estilo maluelino à entrada do parque. São mais dois dos noivos, seguidos por dezenas de convidados, que vêm registar o momento no jardim com cerca de 13 hectares no coração de Maputo. Há cânticos e dança, votos de amor eterno e, claro, testemunhas orgulhosas de um dia especial.
“Já aconteceu, foi de manhã, foi a cerimónia religiosa, a cerimónia civil e agora estamos aqui na sessão fotográfica. É tranquilo, estamos habituados, sabemos que quando se casam as fotos são sempre aqui. Portanto, a gente sempre vem acompanhar a nossa família. O tradicional africano, quando há casamento, há cânticos sem fim. Demonstram alegria do momento. São sobre o amor, afinal o casamento é sobre o amor”.
Milton Messias é guia nas Maputo a Pé Tours.
“O processo do casamento começa na sexta-feira, quando se faz o casamento tradicional. Chamamos de lobolo, uma espécie de dote. A família da noiva faz uma lista de tudo o que precisa, entrega à família de novo e eles devem comprar e levar para a família da noiva na sexta-feira. Há uns que depois saltam o processo, porque é a parte um pouco mais complicada, é um pouco mais cara que o casamento oficial. Depois, no sábado, faz-se o casamento oficial e passa-se pelo jardim para se tirar fotografias por causa do ambiente verde”.
Todos os sábados, o jardim centenário, cheio de árvores altas e frondosas, enche-se de gente vestida de festa e em festa.