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Imagem de OGE angolano para 2025 melhora, mas melhorias precisam de ser confirmadas pela execução

OGE angolano para 2025 melhora, mas melhorias precisam de ser confirmadas pela execução

Imagem de OGE angolano para 2025 melhora, mas melhorias precisam de ser confirmadas pela execução

OGE angolano para 2025 melhora, mas melhorias precisam de ser confirmadas pela execução

O Parlamento angolano inicia hoje a discussão do Orçamento Geral do Estado para 2025. A proposta do governo prevê receitas da ordem de 20 mil milhões de euros e despesas de 21,5 mil milhões de euros, mais ou menos, o que dá um défice de cerca de 1,5 mil milhões de euros.

Medido em percentagem do PIB, este défice equivale a 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto), portanto inferior àquilo que é, por exemplo, permitido ao nível da União Europeia, que é 3% do PIB. As despesas e receitas também são relativamente baixas em percentagem do PIB: as despesas não ultrapassam 24% do PIB e as receitas não ultrapassam 22% do PIB, valores relativamente baixos quando comparados com a Europa.

Quanto à estrutura do Orçamento, eu noto duas ou três coisas positivas. Primeiro aspecto positivo é um forte aumento das despesas de investimento, mais de 70%, e um aumento contido das despesas correntes, menos de 10%. Portanto, a boa despesa aumenta muito mais do que a má despesa.

Outro ponto positivo é o forte crescimento das despesas com a educação e com a saúde, mais de 40% de aumento.

Terceiro aspecto positivo, a questão da dívida pública. Em 2024, Angola gastou 60% do Orçamento com o serviço da dívida pública. No Orçamento de 2025, esse valor não excede a 50% do PIB.
Ainda assim, as despesas com o serviço da dívida continuam elevadas. Quando um país gasta mais de metade do seu Orçamento com juros e amortizações, isto não deixa de ser um valor muito elevado.

Também ao nível da educação, apesar dos fortes acréscimos das despesas com a educação e a saúde, elas continuam relativamente baixas em percentagem do Orçamento total. As despesas com a educação consomem apenas 6,5% do total do orçamento e as despesas com a saúde 5,6%.

Ora, bom, as recomendações internacionais dizem que os estados devem gastar 20% com a educação e 15% com a saúde, o que significa dizer que Angola ainda tem que triplicar os esforços orçamentais que faz com a educação e com a saúde.

Ainda na educação e na saúde, também, o que acontece é que nos orçamentos passados as taxas de execução foram muito baixas. O governo orçamenta valores elevados, mas depois na execução, muitas vezes, as taxas não ultrapassam os 60%.

Finalmente, os pressupostos do orçamento, eu acho que o orçamento é um pouco otimista quanto ao crescimento, 4,1% do crescimento para 2025. A título de exemplo, o Fundo Monetário Internacional não dá mais do que 2,8% do crescimento e, portanto, isto representa um risco para o Orçamento Geral do Estado para 2025.

Mas o Orçamento é como no futebol: o prognósticos só no fim do jogo. No Orçamento, o prognóstico só depois da execução orçamental.